terça-feira, 26 de julho de 2016


Tirando a Vitória da Derrota



  Não existe ninguém nesse mundo que nunca tenha enfrentado a derrota ou o fracasso em alguma circunstância de sua vida.
  Mas quando aprendemos a tirar lições importantes para a nossa vida, mesmo nos momentos de derrota ou fracasso, essas experiências amargas não terão sido em vão.
  Aqueles que não desistem diante da primeira derrota que enfrentam na vida, acabam descobrindo que o fracasso quase nunca é algo permanente.
  Você precisa aprender a tirar a vitória da derrota, em vez de ficar se considerando um fracassado apenas por que sofreu uma derrota na vida que não passa de algo temporário.
  Imagine o que teria acontecido com Jacó se ele tivesse desistido de seus sonhos por causa dos fracassos que enfrentou na vida.
 Jacó começou a enfrentar a derrota na sua vida ainda no ventre da sua mãe, quando lutava com seu irmão Esaú para sair primeiro do ventre materno. Esaú venceu e Jacó saiu do ventre de sua mãe agarrado ao calcanhar do irmão.
 Jacó cresceu sabendo que seu irmão por ser o primogênito teria direito a uma porção dobrada dos bens de seu pai depois que o mesmo morresse. Teria o direito de exercer o sacerdócio sobre a família. Teria autoridade sobre os irmãos. Herdaria ainda o título e poder do pai. Receberia também a bênção, que era a invocação paterna do favor divino sobre o filho. Era algo mais espiritual e expressava a última vontade do Pai, considerada como de obrigação permanente. E enquanto Jacó valorizava e desejava imensamente tudo isso, seu irmão Esaú não dava o menor valor. Jacó queria as bênçãos de Deus. Esaú estava mais preocupado com aquilo que lhe desse prazer, com as coisas que pudesse conquistar com suas próprias mãos.
   Jacó olhava para o futuro. Esaú se preocupava apenas com o momento presente.
   Jacó acreditava em Deus. Esaú acreditava apenas em si mesmo.
  Jacó era sagaz. Esaú era audacioso.
  Jacó induziu Esaú a cometer um erro. E seu irmão Esaú agiu como um tolo em não pensar nas consequências de suas atitudes.
  “E Jacó cozera um guisado; e veio Esaú do campo, e estava ele cansado; E disse Esaú a Jacó: Deixa-me peço-te, comer desse guisado vermelho, porque estou cansado. Por isso se chamou Edom. Então disse Jacó. Vende-me hoje a tua primogenitura. E disse Esaú. Eis que estou a ponto de morrer; para que me servirá a primogenitura? Então disse Jacó. Jura-me hoje. E jurou-lhe e vendeu a sua primogenitura a Jacó. E Jacó deu pão a Esaú e o guisado de lentilhas, e ele comeu, e bebeu, e levantou-se, e saiu. Assim desprezou Esaú a sua primogenitura (Gn 25.29-34)
  Quando Isaac envelheceu e já não podia ver, então chamou seu filho primogênito Esaú com o objetivo de abençoá-lo diante do Senhor antes de morrer. Mas Jacó, irmão gêmeo de Esaú, tomou o seu lugar, enganando Isaac, e recebeu a bênção espiritual de seu pai no lugar de seu irmão (Gn 27. 1- 41).
  Revoltado com a atitude de Jacó, Esaú jurou matá-lo depois que Isaac morresse. E por isso Jacó teve de fugir para uma terra distante, sem posses e sem perspectivas de futuro melhor. Seus planos não obtiveram o êxito que ele esperava. Apesar de tudo o que Jacó fez, Esaú recebeu toda a herança de seu pai, e ainda fez com que Jacó fugisse apressadamente com medo de perder a própria vida.
Durante toda a sua vida, sempre que Jacó olhava para Esaú, ele se sentia como se estivesse contemplando não o seu irmão, mas aquele que o havia derrotado ainda no ventre materno. Aquele que havia tirado dele a preferência de seu pai, aquele que iria herdar sem esforço tudo o que ele queria.
 E agora mais uma vez enquanto fugia amedrontado, Jacó sentia-se novamente derrotado.
 Todos os seus esforços pareciam ter sido em vão.
 Neste momento ele certamente compreendeu que não basta lutar pelos seus objetivos. É preciso lutar com honra. É preciso ter dignidade.
 E então Jacó decidiu fazer um voto com Deus (Gn 28.20-22)
Mas como todos nós colhemos o que plantamos neste mundo. O grande enganador ainda descobriria o quanto dói ser enganado.
 Jacó apaixonou-se por Raquel, filha mais nova de seu tio Labão, mas como não tinha onde cair morto propôs ao tio trabalhar para ele durante sete anos pelo direito de casar-se com Raquel. Labão concordou e ao final de sete anos Jacó exigiu que ele cumprisse a sua parte no acordo. Então Labão organizou um grande banquete e no lugar de Raquel deu por esposa a Jacó sua filha mais velha chamada Lia. Mas diante da indignação de Jacó, propôs a ele que trabalhasse mais sete anos pelo direito de casar-se também com Raquel.
Jacó deve ter compreendido que estava pagando pelos erros que havia cometido no passado, quando enganou seu irmão de uma forma tão vergonhosa.
Mas apesar de todos os reverses que levou da vida, Jacó não desistiu de seus sonhos. Tornou-se uma pessoa melhor. Amadureceu. Cresceu na fé. E Aprendeu a colocar sua esperança em Deus.
O que faz de um homem um vencedor é sua capacidade de enfrentar os embates da vida, de colocar - se de pé enquanto muitos riem do seu fracasso; e voltar a tentar mais uma vez.
   Há derrotas que apenas nos colocam numa posição em que teremos de fazer algo melhor e com muito mais esforço se quisermos alcançar a vitória no futuro.
  As decepções que enfrentamos, as dores que sentimos, as tristezas que nos afligem, as amarguras que suportamos, apenas mostram que tipo de caráter nós temos.
  Na realidade não existe fracasso. Um homem de caráter não aceita o fracasso como algo permanente. Ele é capaz de suportar as humilhações, enquanto escuta a voz de Deus lhe dizendo: “Tente mais uma vez. Faça melhor. Não olhe para trás”. “A caminhada ainda não terminou”.
 É sempre possível tirar algum aprendizado importante de tudo o que nos acontece, por mais adversa que seja a situação.
 A tentação para nos fazer desistir nos momentos de dor, sofrimento e decepção sempre será muito grande, mas a vida não é feita só de vitórias. Muito pelo contrário, os grandes vencedores sempre souberam enfrentar as derrotas e usá-las como aprendizado para obter grandes triunfos.
   E em se tratando do reino espiritual a verdade é que Deus quando quer tornar alguém um de seus campeões costuma forjá-lo na fornalha da aflição.
   Deus faz com que ele aprenda por experiência própria como o Senhor é capaz de transformar derrotas em vitórias.


Pr. Expedito José.